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Posso dizer que paciência nunca foi o meu forte. Sou uma pessoa que vive vários processos, tanto criativamente quanto profissionalmente, e posso dizer que essa é uma das minhas maiores falhas.
Como já comentei algumas vezes por aqui, comecei a fazer exercício físico e mudei minha alimentação desde janeiro deste ano. Mudar de um dia para o outro como eu me relaciono com a comida, com meu corpo e minha mente pode ser muito difícil e demorado. Na pandemia, engordei alguns quilos e parei de servir nas minhas roupas, junto de um fôlego curto que não me permitia subir uma escada ou ladeira de forma que eu não passasse um pouco mal depois. me vi naquela situação de não caber nas minhas roupas e também nos números maiores das lojas de departamento.
Hoje, sete meses depois, posso dizer que algumas dessas coisas mudaram, mas obviamente não na velocidade que eu gostaria. Voltei a caber na grade tradicional das lojas, consigo levantar um saco de ração de 7,5 kgs sem muito esforço e também me habituei a comer mais vegetais e proteínas. Mas o quão difícil anda sendo olhar para o espelho e ver que essas mudanças ainda não transparecem no que eu vejo?
As redes sociais podem nos aproximar de pessoas que estão vivendo o mesmo que a gente, mas também podem trazer exemplos irreais de processos que não estão sendo feitos daquela maneira.
A velocidade de mudança é uma das coisas mais individuais que eu já tive conhecimento.
Seguir todos os dias fazendo meus ovos de manhã, exercício cinco vezes na semana e também cuidando do estresse e do sono podem parecer coisas que o ministério da saúde advertem, mas pra mim anda sendo uma das maiores provações de paciência que já tive contato.
Meu corpo não é o mesmo que o de milhares de pessoas, minha rotina também não, meu organismo pulsa de uma forma que só ele sabe e também é quem dita os meus dias. Tentar fazer essa conexão comigo mesma tem sido uma manobra de disciplina que nunca tive acesso, mas em contrapartida vivo com a sombra de quem está comigo desde que me entendo por gente; a ansiedade.
Ter calma para ver os resultados é uma força completamente contrária à ansiedade. Quem é ansioso, em algum lugar de si acredita que todas as mudanças dependem exclusivamente da própria vontade e esforço, sendo que a vida é feita de entender e flexibilizar os acontecimentos dela.
O cabo de guerra que puxo todos os dias comigo mesmo é mais cansativo que as horas que passo dentro da academia. Entender que as coisas acontecem independente da minha vontade também pesam toneladas.
Mas porque tenho tanta pressa?
Talvez seja o momento de emular uma versão da minha personalidade onde eu seja mais maleável para viver o caos e o tempo das coisas, utilizar da técnica de fingir até conseguir, pelo menos até essa atuação se tornar realidade.
Mas a paciência volta a figurar meus sonhos. Será que conseguirei um dia viver em harmonia com meus próprios demônios?
Chegou por aqui
A editora Fósforo mandou aqui pra casa Nós, os Caserta, livro de Aurora Venturini, escritora argentina consagrada que escreveu mais de quarenta livros, entre eles o anterior ao lançamento, “As Primas”. O livro conta a história de María Micaela, uma protagonista extraordinária que desconhece os tatos sociais e faz parte da alta burguesia argentina dos anos 1920.
Novidades na podosfera
Agora posso dizer que estou em mais um projeto fixo de podcast! O Alvissareiro vai trazer conversas com pessoas legais sobre assuntos que queremos nos aprofundar, de comportamento a tecnologia. Vou dividir a bancada com Gabriel Prado e Luiz Yassuda, ambos fundadores do saudoso Mupoca, podcast distribuído pela rede B9. Aproveitamos e fizemos o último Mupoca (contando tudo o que aconteceu pós hiato) já abrindo o feed para o mais novo filho. Você já pode ouvir o piloto:
Ele não é 100, é mil!
Ontem saiu o episódio número 100 do Boa Noite internet, podcast do Cris Dias que tenho orgulho de editar. A parte incrível de ter sido ouvinte antes de editar, é que ele ganha uma camada muito especial, diria até um pouco mística. Cris conta como as coisas não vão ficar tudo bem, elas já estão, no episódio que adiciona um zero a partir de agora. Ouçam e venham me agradecer depois.
Por hoje é só
Espero que você tenha gostado da cartinha, das dicas e novidades que trouxe hoje. Pra mim essa foi uma das mais significativas que escrevi esse ano, tanto pela crônica, quanto pelas novidades.
Se quiser falar comigo, é só me procurar em todas as redes como Jesticacorrea. Ah, pode deixar um comentário aqui na caixa de mensagens do substack que vou adorar ler!
Uma boa semana pra você e até logo mais!
"Ter calma para ver os resultados é uma força completamente contrária à ansiedade." Só quem lida sabe o quão difícil é conjugar esse verbo: es-pe-rar. Amei!
Te entendo tanto, mas tanto...