Ontem foi dia dos pais e já estava preparada pra escrever aqui um longo texto de como essas datas comemorativas me afetam. Acordei, dei um beijo no meu namorado que ia encontrar com meu sogro e segui minha vida. Foi um dia que eu trabalharia a maior parte do tempo, então decidi parar um pouquinho e buscar meu remédio na farmácia, e passar em uma festinha de rua que tem num bairro próximo ao meu. Ia encontrar um amigo, mas ele se atrasou e eu que já não ia poder ficar muito tempo, decidi voltar para casa.
Casa essa que estava do jeitinho que eu deixei. Louças no escorredor, dois gatos me olhando e se entrelaçando nas minhas pernas enquanto eu pendurava a minha bolsa. Duas cobertas que eu sempre deixo no sofá, minha bagunça organizada de roupas que já foram usadas e estão limpas, mas não o suficiente para guardar de novo no armário.
Enquanto eu fechava a porta, olhei para trás e tive um estalo, de que aqui é minha casa. Aqui estão todos os meus vinis, livros e cds que decidi guardar. Estão as fotos que tirei em viagens, as taças que eu imaginei serem uma boa compra, os chocolatinhos dentro do armário.
Essa é a primeira vez que moro sozinha na vida, faz mais de um ano e eu não poderia ser mais feliz. Me mudei aos dezoito para morar com um ex namorado (na época era atual) e desde então sei qual é a dinâmica de cuidar de um lar.
Mas hoje é diferente. Eu vejo tudo da mesma forma que eu deixei, com as cores que eu escolhi para as paredes, com o sofá rosa e super confortável, a mesa compacta que dobra pra não ficar no meio do caminho na sala.
Eu também preciso tirar o lixo, que é uma das tarefas que eu menos gosto, também preciso descer para pegar uma entrega, ou tirar a roupa do varal que já está fazendo mesversário.
Mas mesmo com tudo isso, com cada coisinha chata que vai acontecendo, com a solidão que às vezes sinto, aqui finalmente me sinto acolhida, sinto que agora eu tenho um lugar no mundo, sinto que agora eu tenho pra onde voltar.
Sinto falta sim de uma família amorosa e presente, que me segure numa possível queda. Mas eu percebi que a vida é dura e eu preciso tirar o melhor dela, se hoje eu me tenho, que bom, que bom que finalmente eu virei meu lar.
Dicas dicas dicas
Eu adoro desenho animado, mas com o tempo eu fui deixando pra lá. Porém, vi que um que eu amava na adolescência está no catálogo da HBO Max e quero deixar aqui de indicação, é o "Harvey, O advgado". Basicamente é um homem pássaro que pega casos que têm personagens dos estúdios Hanna-Barbera para defender. É uma bobajada enorme, mas que ajuda a gente a desligar o cérebro no fim de um dia cansativo.
Por hoje é só
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Então é isso, tomem água, se divirtam e descansem.