Encare o estranho
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Sempre que a palavra “mudança” vem na minha cabeça, penso tanto na música de David Bowie, que manda a gente enfrentar o desconhecido, quanto na melancólica de Ozzy Osbourne que talvez converse mais comigo quando penso nesse assunto.
Falando em Bowie, ano passado assisti o documentário Moonage Daydream, que traz imagens inéditas do artista, que conta com entrevistas, gravações, e também com momentos filosóficos. Em uma cena, Bowie diz que só faz sentido fazer algo, se aquilo ainda te dá medo ou traz alguma mudança. Não interessa a ele ficar parado no mesmo lugar.
Quando vi essa cena, fiquei refletindo e pensando que realmente, muitos momentos decisivos da minha vida, eu passei por uma onda de medo muito grande, mas que com o tempo, eu fui sentindo que tinha tomado o caminho certo, que eu precisava atravessar aquele vale escuro mesmo não tendo certeza do que eu encontraria do outro lado.
Realmente, o cara é conhecido como camaleão do rock não é à toa (mesmo que a definição de camaleão seja exatamente o oposto do que ele fez a vida toda) e toda essa mudança combina demais com todos os personagens que ele criou durante os anos.
Mas e para nós meros mortais?
Eu acho que uma das coisas que mais tenho problemas em lidar com estar viva, é a inconsistência das coisas e situações. Um trabalho instável, uma moradia incerta, relacionamentos e amizades que parecem se diluir com um simples sopro. Às vezes me sinto como um vampiro que precisa estar o tempo todo com os pés na terra, senão perde todas as suas forças.
Fincar meus pés no chão por medo anda me deixando estagnada, mas ao mesmo tempo eu nunca havia experimentado segurança. Sair da zona de conforto é repetido aos quatro ventos o tempo todo. Mas o que fazer quando experimentamos um vislumbre de vida tranquila e ele nos é tirado? Eu preferia ficar na zona de conforto.
Mas não vou dizer que discordo do Bowie. Foi só no dia que eu me permiti fazer algo diferente que minha vida mudou. Tomar decisões arriscadas pode ser difícil mas também pode abrir portas para mundos antes nunca explorados. Ao mesmo tempo que sinto medo, quero criar coragem para desbravar essas terras desconhecidas. Enquanto não consigo, levanto todos os dias da minha cama pensando no homem de mil fases, cantarolando alguma de suas preciosas músicas enquanto preparo o meu café.
Episódio novo no ar
Como não teve envio semana passada, não comentei aqui que saiu mais um episódio do podcast da cartinha! Falei com o Diego Paladini sobre a importância do exercício físico na nossa vida. Dá o play!
Dicas, diquinhas, diconas
Fui convidada pela Mubi e O2 produtora para a cabine de imprensa do filme “Medusa Deluxe” dirigido por Thomas Hardiman, e posso dizer que foi uma das produções que mais me tirou do óbvio esse ano. A trama passa num prédio, durante um concurso de cabeleireiros onde um dos competidores é encontrado morto. É uma espécie de plano sequência que vai te levando por diversos possíveis assassinos e também muita roupa suja sendo lavada enquanto tudo isso acontece. O filme está em cartaz em salas selecionadas do país.
E pra balançar o esqueleto enquanto lê essa cartinha, ouça o disco que ficou no repeat ontem enquanto eu pensava em como contar um pouco o que ando passando.
Por hoje é só
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