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Que a vida é feita de escolhas todo mundo sabe, mas isso não as torna mais fáceis de serem tomadas. Me alimentar bem é uma forma de cuidar melhor de mim, porém precisei abrir mão das indulgências que me davam prazer momentâneo. Mobiliar a casa em passos de tartaruga para não comprometer o orçamento mensal, mas saber que várias coisas ficarão de uma forma que eu não gostaria para manter as finanças em dia. Me afastar de pessoas que eu gostaria muito de ter por perto, mas sei que se eu me mantivesse ali, me machucariam sem o menor remorso.
Todas essas caixinhas de múltipla escolha que aparecem diariamente me fazem questionar se eu estou tomando as melhores decisões da minha vida. Se eu deveria me arriscar mais, ou continuar me resguardando para não repetir experiências que um dia já passei.
Esses questionamentos vieram na minha cabeça enquanto refletia sobre como é difícil tomar responsabilidades pelo o que somos além dos outros. Quem sou eu quando não estou machucada por alguém ou algo? Como eu lido com as felicidades e tristezas que chegam e vão embora? Como eu me livro dos pesos carregados pelo outro e entendo que não são sobre mim?
Datas comemorativas costumam ter um efeito agridoce. Lembro do ano passado (no último dia dos pais) que me senti deslocada, como se eu não tivesse pra onde ir, mesmo sabendo que minha casa estava ali me esperando. Dessa vez não estou na mesma sala, na mesma rua e também não convivo com as mesmas pessoas, mas continuo sendo eu comigo mesma. Acho que com o passar dos anos esses sentimentos vão ficando mais distantes, a realidade bate e percebemos que a única constante somos nós mesmos.
Que viver é abrir mão, é fazer renúncias de coisas e situações que achávamos que eram pra sempre, pra mim se tornou algo normal. Hoje, depois de alguns tombos, percebi que todas essas feridas continuarão doendo, às vezes estarão expostas ou não, mas pelo menos consigo dormir tranquila sabendo que fiz o melhor que pude naquele momento.
Que a dor que dói menos seja o caminho para situações onde nos respeitamos mais, nos ouvimos mais, e talvez dessa forma, pare de doer enfim.
Chegou por aqui
A editora Fósforo me enviou o lançamento da escritora queridinha da vez (e não é pra menos, ela é ótima!) Annie Ernaux. Em a outra filha, Ernaux escreve uma carta para a irmã que nunca chegou a conhecer, essa mesma que não foi contada da existência pelos seus pais e só descobriu aos dez anos de idade. Já comecei a ler e anda sendo um soco no estômago todas as vezes que abro essa edição.
Já a editora Instante me enviou “Sempre Susan; um olhar sobre Susan Sontag” que é um relato da escritora Sigrid Nunez sobre o período que morou com Susan e também seu filho. Eu acredito que tenha sido um dos relatos mais bonitos e interessantes que já li sobre alguém. Sigrid consegue transmitir a áurea de Susan, da sua casa, da sua vida. Certeza que é um dos preferidos do ano por aqui!
Para ouvir
No último episódio do chocolatinho, falei com a Manu Barem, que é jornalista, criadora de conteúdo e também uma das pessoas mais gentis que eu já conheci. Falamos sobre o seu período na Irlanda e como ela voltou transformada dessa experiência.
Já no O Alvissareiro, falamos sobre o mundo mágico do LinkedIn. A Sylvia Ferrari, que trabalha com contratações pela plataforma, dividiu com a gente as boas práticas da rede social.
Por hoje é só
Sei que ando sumida por aqui e tivemos um boom de inscritos (oi gente!) mas é que eu passei por momentos complicados do lado de cá e não consegui dividir com vocês os pensamentos da semana. Espero que você tenha gostado da cartinha, como sempre, se puder compartilha nas suas redes para chegar em mais pessoas e cada dia mais esse sonho aqui virar a minha realidade.
Se quiser me acompanhar nas redes, é @ jesticacorrea em todas elas.
Um beijo e até semana que vem!
Jess, fique bem! Não ajuda muita coisa dizer, mas saiba que você é muito querida e que seu trabalho sempre aquece o coração da gente do lado de cá. <3
Só queria dar um abraço quentinho e dizer obrigada. Eu, neste exato momento, estou em cacos, tentando reconstruir o pouco que tenho, me sentindo perdida, deslocada, mas tento focar que estou tentando fazer o meu melhor, e vai passar (tenho fé que vai passar, eu preciso que isso passe), enfim, obrigada ^.^